domingo, 1 de maio de 2011

Saudade





















Como se fosse um veneno tomado omeopaticamente,
Como se fosse um "tratamento" à licor ou insulina,
Como se fosse uma solitária devoradora de si...
Como se fosse um adeus diário.

Mergulhado em lembranças, acordando-se de madrugada, assombrado com seus pesadelos:
Três míseras sílabas fazem isso com o Coroa!

Escrever e rabiscar já não dão mais conta.

Parece que tudo começa a desmoronar...

Nas reuniões ele se desconcentra;
O bloco de anotações vira bloco de pichações.

E todos os dias fica evidente no céu sua falta do já se foi:
A Lua, o Mar, as árvores grandes, o sopro dos ventos, os dias de sol, as crianças bebês, músicas contando histórias,
As peças que ele não foi ver, a pesar do imenso desejo...

Pulsa-lhe arte, pulsam-lhe risos,
Pulsam-lhe memórias,
Mas ele os pulsos corta.

Montado em seu orgulho alado, ele espera um enfarte ou um milagre...

Até quando, sau-da-de?