sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pendurados


Os anos se passaram e eles continuam pendurados, com os mesmos dentes faltantes...
Alguns cresceram, nos pequeninos, outros sumiram...
Continuam mal vestidos, com a boca suja, na vagabundagem.
Os anos se passaram, mas eles não. Repetem, não vão à escola, não há professores,
Não há amigos que ensine,
Não se educam nem possuem etiqueta...
Os anos se passaram e eles continuam sendo a escória da rua, do bairro, do País.
Eles se drogam, emprenham cedo, parecem animais irracionais,
Batem na mulher, enchem a cara, morrem de bala.
Os anos se passaram e eles continuam pendurados no TEMPO.

O sorriso tímido daquele menino me fez chorar...
Se ele soubesse que vai precisar saber informática, idiomas e exatas,
Ter bons modos, todos os dentes, ser bonito, ter conhecidos...

Tal pensamento me apavora como se sentisse contrações de um parto,
Pois parto sem nada fazer, Eu não consigo, a pesar de querer, eu sou tão um só...

Os anos se passaram e eu chorei ao voltar e ver que eles não mudaram
Apenas se procriaram.
Continuam presos no tempo, ao Deus dará, esperando as próximas eleiçoes
Onde ouvirão promessas de uma escola legal, de emprego e paz...

Ganharão uma feira básica, uma chapa, uma cirurgia e serão muito felizes assim, obrigado.

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