terça-feira, 27 de março de 2012

Luto por Deyne

Teu sorriso extremamente branco e singelo continua na minha memória, bem como as "covinhas" que se formavam em tuas bochechas quando sorrias tão timidamente.
Sempre foi assim, Deyne. Eu me lembro... Na escola, na igreja e na rua quando nos cumprimentávamos. Sempre houve um brilho especial em tua bela face juvenil.
Lembro-me que tive a honra de dirigir o grupo das crianças de nossa congregação onde tu e teus irmãos faziam parte. Era cansativo ter de ensaiar todos os domingos à tarde, mas eu adorava ver aquelas 20 crianças "louvando" a Deus pela vida, pelo dia, por tudo... 
Uma paz imensa invadia nossos corações, e o meu especificamente, era habitado por uma sensação de dever cumprido. Eu me sentia especial.
Crescemos. Você foi transferida para a grupo da Mocidade, onde eu também participava. Eu atuava nos dois a partir dali.
O tempo passou, amiga, e eu mudei muito. Todos os meus conceitos sobre fé, humanidade e vida foram-se mudando, mas você permaneceu na igreja como sempre: Admiravelmente firme e forte!
De repente ao chegar cansado da faculdade nesse dia 27 de março de 2012 um telefone me informa teu falecimento, tua ida sem volta.
Fui tomado por lembranças de um período marcante em minha vida, onde tua alegria e presença são inesquecíveis.
Caminhei com chinelas nos pés até tua casa, e lá encontrei teu sono profundo e silencioso... Lágrimas escondidas eu via nos olhos de tua família. Me vi pensativo sobre os motivos... Intrigado eu me perguntava "o que aconteceu?"
Descobri que penaste uma semana em nosso formidável SUS, aqui no Mendo Sampaio. Não gosto nem de falar desse hospital. É tenebroso demais!
Não cobrei detalhes, mas fui revelado que por estas complicações entrastes em coma... Em fim, Deyne, o fim então.
Uma semana antes de tuas complicações de saúde também sofri no hospital Samaritano. Meu problema não era nada comparado com a luta que travaste, mas minha inflamação nas amídalas que me provocou febre de 40°, teve de aguardar - na emergência - mais de quatro horas de espera numa cadeira que me obrigava permanecer sentado, sempre na horizontal, o que era desconfortável... Eu peguei no sono, e acordei assustado com os gritos que diziam: "Gleydson, Gleydson... É a sua vez!"
Senti-me um cachorro abandonado à minha própria sorte. E se minha pressão estive muito alta? Eu poderia ter morrido antes mesmo do atendimento! Detalhe: meu plano pagava por este atendimento. Não era o Governo, como no teu caso, mas juro que não sei qual dos dois meios de se buscar a cura é pior neste País cancerígeno.
O bando de filhos do demônio já estão veiculando promessas na TV e todos os outros meios de comunicação. Já estão dizendo, de novo, que nesse governo priorizarão a saúde e a educação, mas que para isso precisam de nosso voto obrigatório!
E se aliam a padres mal intencionados, a pastores de mesma índole, a empresários surrupiadores e traficantes para articularem, nos bastidores, "a grande vitória". A vitória do povo, querida. A tua vitória, a minha vitória, a vitória de minha família inteira.
O que as bestas feras que "cuidaram" de ti fizeram? Quais foram os aparelhos de ponta utilizados? Como estava o efetivo dos plantões e o grau motivacional da equipe médica, já cansada como nós, de um sistema de saúde falido e fadado ao fracasso?
Mas o bom é que tivemos educação, Deyne. Nossa quadra continua esburacada há 05 anos e com as telas de proteção enferrujadas, com crateras no piso e drogados à noite.. Mas a quadra continua lá. A escola Tancredo Neves continua lá: não há sala de informática, querida, nunca houve eu sei. Mas veja pelo lado bom: trocaram "giz" por "marcadores", e o quadro negro pelo branco.
É certo que as cadernetas teimam chegar somente em julho. Mas isso não é tão problemático: o professor passa uma ata pra gente assinar.
E a era digital e da globalização também chegaram: existem Lan Houses no bairro e cursos profissionalizantes no centro, pagos.
Eu sei que temos 04 vereadores eleitos em nosso bairro, mas creio que vivem muito ocupados arrumando suas casas de praia e trocando seus Uno Milles por Hi Lux's... "Hi Lux's"... seria assim o plural? Em fim, não sei ainda. Amanhã eu pesquiso no Google porque nesse momento não estou com saco.
Deyne, sinto muito por nossa saúde ser tão ruim. Não se preocupe, você não será mais vítima de nenhum deles, eu prometo. Vai em paz com Deus, como sempre estivestes. Sentiremos muita saudade de ti, e de teus belos 20 anos de idade.

De teu amigo,
 Wan

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ingenuidade



Ele olhou no fundo dos meus olhos e disse que ia tentar, mesmo assim.
Disse que já deu seu testemunho na igreja e que Deus havia mandado pessoas dizer que seu "problema" era reversível.
Me calei e apenas desejei sorte, mas no fundo eu permanecia cético, incrédulo. Tive vontade de dizer que já "tinha visto esse filme", e que o final não era nada tão feliz e animador, mas me calei. Dei-lhe meu abraço e desejei uma boa noite.
Que a vida tenha misericórdia de seu coração tão puro.


Febre

Acordei assim: morrendo de febre.
Não sei se a garganta estava inflamada em virtude da forte febre, ou se a forte febre se deu em virtude da garganta inflamada.
Fui dormir numa boa ontem. Não tomei banho, estava meio tonto, sentia-me vertiginoso.
Acho que o problema foi o ventilador na velocidade máxima. Passei a noite toda levando vento na cabeça. Ou foi nos pés? Não me lembro em que posição eu estava deitado, se de cima pra baixo ou de baixo pra cima...
Além do mais, acho que as janelas abertas podem ter agravado o frio. Eu e minha mania de deixar as janelas abertas. Já acordei todo molhado por causa disso. Mas é que a Lua tem algo extremamente atraente. Não consigo não deixar as janelas abertas. Vira e mexe entra um bicho voando, chega a ser engraçado e assustador ao mesmo tempo. Mas não há problema, tenho uma lata de inseticida debaixo da cama.
Como minha garganta estava doendo muito, passei o dia todo mudo. Nem água descia. O jeito era me calar. Logo eu que vivo fazendo palhaçadas o tempo todo. Gosto de ver as pessoas sorrirem; é animador.
Ao chegar em casa, depois de um dia todo em silêncio, percebi que talvez as palhaçadas que faço não sejam para as pessoas serem felizes, mas sim uma forma de sobrevivência, quem sabe. Ficar em silêncio implicou pensar... 
Pensar demais é sempre um perigo.

Compasso

Vivemos num mundo tão sonora e visualmente poluído que nos desgastamos homeopaticamente... A fumaça dos veículos que insensivelmente passam, nos faz tossir. O tempo passa muito rapidamente e, de repente, foram-se anos de nossas preciosas vidas. O que fizemos então? O que aprendemos? O que ensinamos? 
Mais do que máquinas e cálculos perfeito, precisamos de passos leves, silêncio e calma. Precisamos desse tempo para colocar as idéias no lugar. Para de fato saber qual será o nosso rumo. Para não sermos levados na forte corrente do rio dos interesses dos negócios, da mídia, dos deuses... Isso! Fique em silêncio vez em quando, e verá que um grito de força renovadora será ecoado por onde quer que você passe!

domingo, 11 de março de 2012

Pão com Manteiga


Conta a história que um casal tomava café da manhã no dia de suas bodas de prata.
A mulher passou a manteiga na casca do pão e o entregou para o marido, ficando com o miolo.
Ela pensou: "Sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais o meu marido e, por 25 anos, sempre lhe dei o miolo. Mas hoje quis satisfazer meu desejo. Acho justo que eu coma o miolo pelo menos uma vez na vida".
Para sua surpresa, o rosto do marido abriu-se num sorriso sem fim e ele lhe disse: "Muito obrigado por este presente, meu amor... Durante 25 anos, sempre desejei comer a casca do pão, mas como você sempre gostou tanto dela, jamais ousei pedir!”.

Moral da história:

1. Você precisa dizer claramente o que deseja, não espere que o outro adivinhe...
2. Você pode pensar que está fazendo o melhor para o outro, mas o outro pode estar esperando outra coisa de você...
3. Deixe-o falar, peça-o para falar e quando não entender, não traduza sozinho. Peça que ele se explique melhor.
4. Esse texto pode ser aplicado não só para relacionamento entre casais, mas também para pais/filhos, amigos e mesmo no trabalho.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Males causados pela televisão!

Cognição

A TV limita a imaginação por não exigir esforço das funções cognitivas. Deixar-se levar pelo que ela exibe, sem valer-se de uma escolha criteriosa, pode causar o empobrecimento psicossocial.

Depressão

Isolamento, uso de álcool e fumo e agressividade predominam em telespectadores contumazes, em comparação a telespectadores moderados, segundo pesquisas.

Funções cerebrais

Quando vista por mais de 20 horas por semana, a TV pode danificar as funções do lado esquerdo do cérebro, inibindo o desenvolvimento lógico-verbal --em crianças-- ou reduzindo-o --em adultos.

Leitura

Telespectadores assíduos tendem a ler mais vagarosamente do que usuários moderados, segundo pesquisas.

Obesidade

Mulheres adultas que assistem à TV por mais de três horas por dia são mais pesadas (30%) do que as que vêem menos de uma hora diária. Já os homens têm o dobro de tendência à obesidade do que os que não fazem da televisão um hábito compulsivo, aponta pesquisa.

Percepção

Diante da TV, os olhos ficam quase imóveis e desfocados na tentativa de captar a totalidade da imagem na tela. Essa prática em excesso pode enfraquecer ou inibir a capacidade de observação do que está ao redor do objeto focado.

Postura

Quanto mais tempo diante do aparelho, mais relaxado o telespectador fica e também mais ele se larga no sofá, no chão, ou seja, onde estiver. Resultado: coluna e articulações são prejudicadas por uma má postura.

Sexo

Se o casamento não vai bem, a TV pode servir de reforço, ocupando o "vazio" da relação. Muitos casais usam a televisão como desculpa para não ter relacionamento sexual.

Sono

O hábito de ver televisão à noite prorroga a ida para a cama, o que pode ser danoso para quem tem de acordar cedo. Nos EUA, cerca de metade dos americanos dormiriam mais cedo se não assistissem à TV. Dormir com o aparelho ligado é ainda pior: impede que se atinja o estado de sono profundo, fundamental para manter o equilíbrio orgânico -os flashes de imagem e a mudança de sons não acordam, mas mantêm o sono no estágio superficial.

Relações sociais

A telinha pode afastar a pessoa do convívio familiar (em algumas casas, cada um assiste à TV em seu quarto) e também dos amigos (há quem deixe de sair para ficar em casa com a TV).

Exclusivo em idosos

Colabora com o sedentarismo, deixando esse público mais sujeito a doenças degenerativas, como demência e Alzheimer, e ao aumento do risco de problemas cardiovasculares.

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u2831.shtml



Desligue a TV e vá ler um livro!

domingo, 4 de março de 2012

Fitter, Happier (em forma, mais feliz)



by Radiohead

Em forma, mais feliz, mais produtivo,
confortável,
sem beber demais,
exercícios regulares na academia
(3 vezes por semana)
se relacionando melhor com seus sócios e empregados,
à vontade,
comendo bem
(nada de comidas de microondas e gorduras saturadas),
um motorista mais paciente e melhor,
um carro mais seguro
(um bebê sorrindo no banco de trás),
dormindo melhor
(sem pesadelos),
sem paranoia,
cuidadoso com todos os animais
(nunca lavando aranhas nos buracos das tomadas),
mantendo contato com velhos amigos
(desfrutar de uma bebida de vez em quando),
Frequentemente checar o crédito no banco (moral) (um buraco na parede),
favores por favores,
apaixonado, mas não amando,
ordens permanentes de caridade,
aos domingos super-mercados "anéis viários"
(não matar traças ou colocar água fervente em formigas),
lavar o carro
(também aos domingos),
já sem medo do escuro ou das sombras do meio-dia
nada tão ridiculamente adolescente e desesperado,
nada tão infantil - em um ritmo melhor,
mais devagar e calculado,
sem chance de escapar,
agora empregado de si mesmo,
em causa (mas impotente),
um membro da sociedade informado e habilitado
(idealismo, não pragmatismo),
não vai chorar em público,
menos chances de doenças,
pneus que aderem no molhado
(foto do bebê com cinto de segurança no banco traseiro),
uma boa memória,
ainda chora em um filme bom,
ainda beija com saliva,
não mais vazio e frenético como um gato amarrado a um pedaço de pau,
que é levado à merda do inverno congelado
(a capacidade de rir de fraqueza),
calmo,
em forma,
saudável e mais produtivo
um porco em uma gaiola de antibióticos.

Amostra rodando no fundo: 
[Esse é o escritório do Pânico, seção 917 pode ter sido destruído. Ative o procedimento seguido.]