quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Nós SOMOS o futuro!

Nós somos o futuro dessa cidade! 
Somos o futuro de nosso estado, de nosso país e de nosso planeta.
Somos os futuros pensadores, políticos, empresários, críticos, artistas, peritos, produtores,
formadores de opinião, professores, líderes religiosos, força policial, experts em TI, agricultores, embaixadores, embardores, hackers, fazendeiros, jornalistas, mobilizadores, comunicadores... Somos essenciais para os processos de renovação e melhoria por uma sociedade mais justa, sustentável
e igualitária. Ou você duvida disso? Quem sabe a TV duvida disso. Então, que sejamos o futuro da TV!
Você já parou para pensar sobre isso? Onde estará você nesse futuro? Quem será você nesse futuro?
Precisamos renovar nossas piadas, nossos governos, relacionamentos, comportamentos, pensamentos.
Precisamos quebrar tabus, romper com o status quo, e deixar a nossa marca na história da humanidade.
Como bem disse o poeta: "ACORDA! LEVANTA! REAGE!"


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Provocações


A primeira provocação ele aguentou calado. Na verdade, gritou e esperneou. Mas todos os bebês fazem assim, mesmo os que nascem em maternidade, ajudados por especialistas. E não como ele, numa toca, aparado só pelo chão.

A segunda provocação foi a alimentação que lhe deram, depois do leite da mãe. Uma porcaria. Não reclamou porque não era disso.

Outra provocação foi perder a metade dos seus dez irmãos, por doença e falta de atendimento. Não gostou nada daquilo. Mas ficou firme. Era de boa paz.

Foram lhe provocando por toda a vida.

Não pode ir a escola porque tinha que ajudar na roça. Tudo bem, gostava da roça. Mas aí lhe tiraram a roça.

Na cidade, para aonde teve que ir com a família, era provocação de tudo que era lado. Resistiu a todas. Morar em barraco. Depois perder o barraco, que estava onde não podia estar. Ir para um barraco pior. Ficou firme.

Queria um emprego, só conseguiu um subemprego. Queria casar, conseguiu uma submulher. Tiveram subfilhos. Subnutridos. Para conseguir ajuda, só entrando em fila. E a ajuda não ajudava.

Estavam lhe provocando.
Gostava da roça. O negócio dele era a roça. Queria voltar pra roça.
Ouvira falar de uma tal reforma agrária. Não sabia bem o que era. Parece que a ideia era lhe dar uma terrinha. Se não era outra provocação, era uma boa.
Terra era o que não faltava.
Passou anos ouvindo falar em reforma agrária. Em voltar à terra. Em ter a terra que nunca tivera. Amanhã. No próximo ano. No próximo governo. Concluiu que era provocação. Mais uma.
Finalmente ouviu dizer que desta vez a reforma agrária vinha mesmo. Para valer. Garantida. Se animou. Se mobilizou. Pegou a enxada e foi brigar pelo que pudesse conseguir. Estava disposto a aceitar qualquer coisa. Só não estava mais disposto a aceitar provocação.
Aí ouviu que a reforma agrária não era bem assim. Talvez amanhã. Talvez no próximo ano... Então protestou.

Na décima milésima provocação, reagiu. E ouviu espantado, as pessoas dizerem, horrorizadas com ele:

- Violência, não! 


Luis Fernando Veríssimo

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Palavras

Palavras...
Há tantas palavras ainda engasgadas.
Oh, palavras!
Tudo vira palavra, ou palavrão.
As palavras dão significado ao mundo.
Vivemos no Planeta Palavra.
O que comemos e o que bebemos também são palavras.
Nossas partidas e chegadas só são possíveis pelas palavras.
Seriam, então, as palavras essenciais?
Talvez não!
O silêncio das coisas e das palavras entre nós falava muitíssimo mais.
Aquecia meu peito de maneira indefinível.
No entanto, ontem, as palavras arruinaram toda a poesia que se fez.
As palavras chacinaram meus sentidos.
As palavras invadiram o ambiente e acordaram-me de meu sonho tão juvenil...
Vejam só como são intrometidas e mesquinhas as palavras.
Agora sigo louco nesse longo caminho, 
Ávido por destruir toda e qualquer placa que contenha palavras...


Lyra Richard

Ah, se eu fosse um rio!

Às vezes eu reclamo da correria da vida.
Tudo parece tão veloz. Tão estressante...
Porém, acho que se eu fosse uma árvore eu não suportaria tanta inércia,
Tão pouco pássaros brincando em meus cabelos o tempo todo.

Se eu fosse uma estrada acho que não suportaria tantas cócegas.
Muito possivelmente provocaria acidentes de tanto me mexer.

Mas se eu fosse um rio...
Ah, se eu fosse um rio!
Aí sim acho que seria interessante.
Eu me envaideceria pelas pessoas que adorassem nadar em minhas águas.
Eu seria idolatrado por jangadeiros, lavadeiras, peixes e algas.

Em mim haveriam algumas correntes mais fortes esbofeteando pedras duras.
Haveria em mim uma queda d'água barulhenta que sopraria neblina toda madrugada,
Até às seis da manhã...

E por fim, eu me lançaria ao mar,
E viraria água salgada também...




Gleydson Góes

domingo, 1 de setembro de 2013

Filosofia palermanta-r!


Tudo que me deixa triste...

Eu amo tudo que me deixa triste: 
Canção, chuva, esquecimento, filme trite, camiseta rasgada, rock alternativo, coleção incompleta, violão, feridas, bar, noite sem lua, ligações rejeitadas, você...




Edson Arantes